quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Um dia olhas-te ao espelho e vês como estás parecida com a tua mãe

Tem sido assim comigo. Para além de sermos parecidas fisicamente (acreditem, sou mesmo parecida com ela.), ando a apanhar as manias dela, quer sejam de limpezas, de não conseguir estar parada e outras mais.
Quando a minha mãe fazia noites, tinha o hábito de fazer tudo e mais alguma coisa - limpava a casa, fazia um bolo, ia as compras, o que fosse. E eu dizia: "Mãe, não se esqueça que vai trabalhar à noite. A mãe precisa é de descansar para ter energia para estar a noite toda acordada".
E ela não ligava, dizia que ficar parada era pior e eu raramente percebia. Para mim tinha lógica era descansar para estar a 100% ao fim do dia para ir para o trabalho.
Hoje eu percebo. Hoje vou fazer noite e tinha a ideia de ficar na cama até sei lá que horas e levantar-me só para fazer o jantar, tomar banho e siga para o trabalho. Mas não. Se ficar na cama é pior. Se não fizer nada é pior porque fico mole, sem energia, sonolenta. Por isso já me levantei, já arrumei o quarto, vou tratar do almoço e aspirar a casa. Vou arranjar coisas para fazer. Porque se não fizer nada, é pior. Não só porque fico com muito menos energia (se é que isto tem lógica) e também porque penso e re-penso na minha vida. Especialmente quando o mais-que-tudo está a trabalhar e eu estou em casa sozinha.
É pensar que estou aqui "sozinha", que quando o namorado não está eu não falo com ninguém o dia todo a não ser no Facebook e, com sorte, no Skype quando a minha mãe está por casa durante estes dias. Porque é muito difícil fazer amigos quando estás num país diferente e uma língua que não é tua.
Estas pessoas têm hábitos que não são iguais aos teus, vivem de maneira diferente com a qual não te identificas muito. E sim, é bom conhecer outros hábitos de vida e blá blá blá. Mas se não te identificas, como é que consegues aproveitar e ter uma boa conversa de café? Ainda não consegui isso.
Mas sabem qual é a minha sorte? Ter um namorado espetacular que não se importa que eu chore sem razão quando sinto que é preciso e dá-me todos os dias força para seguir em frente. Porque como ele diz, mais um dia de trabalho é mais dinheiro que poupamos para ter a nossa casa no futuro. E assim vamos vivendo o dia a dia. Ambos felizes, muito felizes por estarmos juntos. Mas ao mesmo tempo com o coração apertadinho.

E agora apercebo-me de como este post deu uma volta de todo o tamanho.
Já agora, as coisas vão melhorar porque a minha prima e o seu marido vêm para cá trabalhar na mesma empresa que eu. Vai ser bom ter família por perto. Alguém com quem falar sem ser virtualmente, alguém com quem ir às compras, divertir-se. Ver filmes de raparigas, rir e ter conversas nossas.

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