segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Da vida.

Acabei de escrever uma carta aquela que foi um dia a minha melhor amiga (e no fundo, eu acredito que foi a minha única e será sempre).
Separámos-nos depois do liceu. Ela foi para Braga estudar Medicina e eu fiquei cá na ilha em Enfermagem. Ficou a promessa de que não ia ser isto que ia deitar abaixo a amizade que tínhamos.
É verdade, éramos grandes amigas. Completamente diferentes, mas grandes amigas.
Eu sempre fui mais racional, ela mais impulsiva. No entanto, ela era muito mais forte do que eu ao lidar com as suas emoções. E com o tempo acabou por transmitir tudo isso para mim, fazendo essa caraterística também parte da minha personalidade.
Com o tempo, a promessa feita acabou por não ser cumprida. Cada uma de nós esteve sempre demasiado ocupada com as nossas vidas. Quando ela voltava cá, combinávamos um café ou outro, para pôr a conversa em dia. A cumplicidade continuava a mesma. 
Nós mudamos muito pouco. Crescemos e ficamos mais ajuizadas, mais responsáveis. Mas as cusquices, as partilhas.. tudo nos fazia voltar atrás no tempo.
Nestes últimos dois anos, os cafés foram poucos os nenhuns. E eu teimo em pensar que a culpa disso é minha.
Agora, falamos ocasionalmente com uma troca de sms ou mensagens via facebook. Continuo a sentir a necessidade de contar-lhe muito do que acontece na minha vida, de partilhar as minhas alegrias e tristezas e saber a opinião dela e ouvir os seus conselhos. Não tenho ninguém que faça isso tão bem como ela chegou a fazer. Mas a verdade é que quase nunca faço isso..
Por vezes, nas nossas curtas conversas, parece que o tempo voltou atrás. No entanto, rapidamente volto à realidade e noto que não é nada assim.

Sinto falta destes momentos de partilha e amizade. Mas agora.. agora é continuar com as nossas vidas.

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