Há uns dias atrás vi Casos da vida. Ontem revi uma reportagem na RTP1. Em ambos os casos o tema era tetraplegia mas com visões completamente diferentes da condição em que ficaram.
Num dos lados, em Casos da vida, o dito senhor ficou tetraplégico e após consciencializar-se de toda a situação queria pôr fim à sua vida, pedindo ajuda à sua esposa. Não queria ser um fardo para ninguém, já não se reconhecia naquela condição. Perdeu a esperança na vida e não queria recuperá-la.
Tudo isto fez-me pensar no que é que eu quereria se estivesse naquela situação. Embora não consiga imaginar o que é estar no lugar de uma pessoa que sofreu um acidente que o deixou tetraplégico, penso que não ia querer desistir assim. É triste, sem dúvida, perder algo tão precioso como conseguir andar, correr, nadar, sentir. Mas eu acredito que, com as pessoas certas ao meu lado - como as tenho agora - conseguiria ser feliz.
Ontem, na RTP1 tive oportunidade de ver o lado mais bonito. O lado de alguém a quem aconteceu esta desgraça mas que não desistiu. Aqui têm um pequeno vídeo que retrata um lado mais positivo, doloroso mas que ainda nos consegue trazer um sorriso.
Eu sou tetraplégico com 90% de incapacidade e posso-lhe dizer que se todos os dependentes tivesse esse apoio que você tem neste momento talvez preferissem continuar a viver. Problema maior não é a nossa deficiência, mas sim o que nos rodeia. Em Portugal se você for pobre é despejado num lar imundo onde somente passará a ser um número. Deixa de ter voz, existir...isso porque o Estado prefere pagar 2.000,00 e poucos euros para nos institucionalizar no lugar de nos perguntar se desejamos comandar as nossas vidas.
ResponderEliminarFique bem
Eduardo Jorge