segunda-feira, 26 de março de 2012

O medo da solidão

Este foi um medo que esteve sempre comigo e está até hoje. 
Antes era: "Tenho medo de não encontrar ninguém com paciência suficiente para ficar comigo e acabar sozinha" e tentava convencer-me que se isso acontecesse, seria uma solteira feliz. Daquelas com amigas que vêm jantar com frequência à minha casa, trazendo uma garrafa de vinho para acompanhar e proporcionar-nos bons momentos de riso. 
Depois comecei a acreditar menos nisso, a parte da "solteira feliz" e a acreditar cada vez mais que ia tornar-me numa solteira-chateada-com-a-vida.
Comecei a imaginar: trabalho, casa, trabalho, casa, visitar os papis, visitar o irmão-bem-casado-e-feliz, visitar as primas-bem-casas-e-felizes e voltar a casa, triste. Nunca tinha idealizado a minha vida assim. 
Chega uma altura em que vamos perdendo a esperança no amor, seja com 19 ou 30 anos.. não importa, a esperança no amor perde-se. Juntem a isso a parte de criar a tal muralha à nossa volta que não deixa ninguém entrar nem nos deixa sair da mesma e ali ficamos cada vez mais cientes do que será o nosso futuro. (Atenção, não estou a dizer que quem é solteiro é infeliz mas, para mim, ser solteira para toda a vida não era o que eu queria, não era a minha ideia de felicidade e realização pessoal.)

Felizmente tudo isto mudou. Houve alguém com paciência suficiente para quebrar a muralha, para me fazer despertar para a vida e partir a pedra que rodeava o meu coração: o M., o meu homem. 
Foi difícil fazê-lo, ele sabe isso mais do que ninguém mas até agora tem valido a pena (certo amor?)
E agora eis a visão do meu futuro: Nós, enfermeiros, casados e felizes. Um bom trabalho e uma casa de sonho - o nosso ninho do amor. Aproveitar uns bons anos de casados, sem filhos por enquanto. Conhecer o máximo que conseguirmos do mundo.
Depois os filhos, lindos e fofinhos. Risonhos e calmos, como nós (ou como ele). E assim, nós todos juntos no nosso ninho do amor.É isto que eu imagino. 
E agora o medo é: "Tenho medo que ele se farte de mim e tudo isto não passe de um sonho". Há sempre este medo, por muito que eu sinta que não vai acontecer. Por muita segurança que tenha em nós - e tenho mesmo muita. E também pela enorme segurança que ele me transmite.
Digo-vos: ele tem uma paciência de santo. Eu não sou fácil. Eu sou exagerada em algumas situações e um pouco chata, eu sei que sou. Mas o M. tem toda a paciência do mundo e eu amo-o por isso. 
Amo-o por tudo o que tem feito e dito por mim. Sinto-me de coração cheio - cheio de amor e felicidade; cheio de sonhos e vida por viver.

Amo-te :)

3 comentários:

  1. Há lá coisa mais bonita que o amor :)...

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  2. O texto está muito bom. Algo que partilhamos...perdemos a pessoa de quem gostamos. =)

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  3. Adorei o texto. O amor é maravilhoso! Mas há sempre aquele medo..

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