sábado, 3 de março de 2012

Dia 3: Local

Podia escolher um local por onde passei muitas vezes durante a minha infância, ou onde passo a maior parte dos meus dias mas nada disso faria sentido. Podia escolher o local lindo onde passamos as nossas férias juntos mas nada disso teria acontecido se não fosse este local, Santa Cruz:

O M. já estava um pouco farto de eu nunca ceder, sempre tive demasiado medo de dar o passo em frente. Até ao dia em que ele disse-me que queria estar comigo, fosse a que horas fosse. Aí eu não pensei duas vezes.
Apesar do medo, da ansiedade e borboletas no estômago, esperei inquietamente por ele. Vinha buscar-me a casa mas não sabia bem onde era. Esta parte foi muito engraçada, especialmente pelo facto de ter-se atrasado 45 min. não por não estar a encontrar a casa (foi também por isso) mas porque apanhou um acidente no caminho para cá e ficou preso no transito. Quando soube disto, o nervosismo aumentou. 
Ele nunca mais chegava e eu só pensava no que podia acontecer: e se não correr bem? e se eu meter os pés pelas mãos? se eu disser asneiras ou se ficar sem saber o que dizer?
(...)
Então, 45 minutos depois ele encontrou a minha casa. Enquanto subia até o seu carro, pensei que o meu coração ia sair pela boca, tremia por todos os lados e aposto que estava com umas rosinhas engraçadas até que os meus olhos alcançaram o carro dele. Não conseguia olhar em frente, não conseguia olhar directamente: estava demasiado nervosa para isso.
Já disse aqui que ele sempre teve a capacidade para me acalmar e o mesmo aconteceu neste dia. O nervosismo era imenso quando ia a caminho do carro mas a partir do momento que lá entrei, diminuiu. 
As borboletas no estômago sempre lá estiveram (e continuam) mas o nervosismo diminuiu e lá fomos nós, sem rumo. Nenhum de nós sabia onde íamos mas foi aqui que fomos parar. Santa Cruz.
Atravessamos a praia toda em direcção ao cais e por lá ficamos sentados durante umas horas. 

Clicar para ampliar. Onde nos sentamos e tudo aconteceu.
Muita conversa, muito riso. Tudo batia certo.
Pensava tanto em abraçá-lo.. Muitas das vezes ele falava e eu estava demasiado concentrada em pensamentos como este para ouvir com total atenção o que ele dizia.
(..)
E passado uns momentos ele beijou-me e eu soube: ele é o homem da minha vida.(Sim, aconteceu assim comigo e só preciso que seja eu a acreditar.) Cada vez que tento descrever este instante, faltam-me as palavras.
Foi tudo perfeito e quanto aos pormenores, só eu e ele sabemos. Houve de tudo para que fosse um dia inesquecível.
Sete meses depois, ainda não fomos ao local exacto onde tudo aconteceu. Tenho saudades e adorava saber como me ia sentir.
Amo cada bocadinho deste sítio, mesmo não indo lá muitas vezes. 
Amo cada bocadinho do M., de dia para dia cada vez mais.

~ Amor, se um dia eu ficar com Alzheimer lê-me isto. Amo-te muito.

4 comentários:

 
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